quarta-feira, 21 de maio de 2008

John Telfer - Musical Notes (2)

Rádios – tocam e não pagam

Você já escutou alguma vez músicos reclamarem que escutaram suas músicas tocando em rádios, mas nunca foram pagos por isso? Talvez isso possa ser chamado de “play and no pay”.

Um dos problemas é que, no Brasil, cerca de 50% (isso mesmo, 50%) das rádios não pagam direitos de performance referentes às músicas que tocam.

É um grande desrespeito dessas rádios aos compositores e artistas.

As rádios usam a música para atrair ouvintes, mas não querem pagar pela música. Elas deveriam estar pagando um pequeno valor pela licença ao ECAD e, então, esse o valor seria dividido entre o artista que gravou a música, o compositor, os músicos, a gravadora e a editora.

A gravadora recebe uma parcela porque há casos em que pagou pela gravação da música (master) e também assumiu custos para a promoção do disco (inclusive enviando discos para as rádios).

A gravadora pode ter pagado à rádio para que a música fosse veiculada. Se e quando isso acontecer, esse custo é cobrado de volta do artista, ou seja, é descontado dos direitos/porcentagens que ele receberá da gravadora. Vou abordar isso em outro momento.

Os músicos recebem uma pequena parcela porque tocaram na gravação da música veiculada nas rádios.

A editora recebe uma parcela porque representa os compositores e coleta os direitos desses últimos. Se as músicas são veiculadas em outros países (não apenas no país onde o artista reside), a sua editora faz um acordo com outras editoras estabelecidas em países diferentes. E, logicamente, os compositores recebem suas parcelas porque sem o compositor não haveria música.

A pirataria é sempre um tema recorrente. Mas, com certeza, o fato de algumas rádios não pagarem o que devem é também pirataria e tão ilegal quanto downloads ilegais ou a fabricação de cds piratas, não é?

Por que somos aparentemente incapazes de fazer com que as rádios paguem o que devem?

Esse tópico continua no próximo texto.

Obrigado pela atenção.

John Telfer, 19 de maio de 2008.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

BMA divulga informações

A BMA divulgou informações interessantes recentemente: o balanço de negócios em 2007-2008 e uma pesquisa que tem como respondentes os associados da BMA.

Os dois relatórios estão ao dispor do público no site da BMA (acesse "Institucional" e, depois, "Notícias" - são as duas notícias publicadas em 13 de maio de 2008).

É um bom ponto de partida para o debate sobre o papel do convênio BMA/APEX.

domingo, 4 de maio de 2008

Centro de Música e Negócios

1. Pressupostos:

A música é uma das principais formas por meio das quais as grandes empresas se comunicam com os consumidores. Em mercados mais desenvolvidos, essa conexão é mais plena. No Brasil, ela está em estágio menos avançado, mas claramente é uma realidade.

A forma de consumo de música gravada será cada vez mais por meio de empresas pagando para fornecer música gratuita aos seus consumidores (música gravada aparentemente gratuita para o consumidor – ao menos enquanto a qualidade dos arquivos digitais não for reconhecida como um valor agregado).

A música é um negócio como outro qualquer. Mas, no Brasil, há um déficit de conhecimentos e informações sobre esse ramo da atividade econômica.

É um negócio em mutação. A antiga locomotiva da indústria da música, venda de fonogramas em suporte físico, vem perdendo fôlego há anos, no Brasil e no mundo. É o momento ideal para se pensar novos modelos de negócios.

No momento em que as grandes gravadoras buscam novas formas de atuação, as pequenas começam a chamar a atenção. A pluralização dos canais de comunicação entre artistas e público vem gerando a descentralização do poder (estético, econômico e de influência), dando espaço às empresas menores. Isso é um fato em mercados mais desenvolvidos. O Brasil apresenta a mesma tendência. Haverá também uma grande demanda por informações por parte das empresas pequenas.


2. Função:

Centro de pesquisa sobre o mercado de música interno e sobre a exportação de música brasileira.


3. Objetivo:

Preencher o vácuo existente no Brasil no que diz respeito à literatura e sistematização de conhecimentos sobre o mercado de música. Contribuir para a contínua profissionalização desse mercado.


4. Oportunidade:

Atividade inovadora.

Venderia criatividade e inovação (consultoria que ajudaria a manter o centro de pesquisa). Devolveria, em troca, conhecimentos para todos (publicações e cursos).


5. Forma de financiamento:

- pequeno orçamento inicial (nome e infra-estrutura de alguma instituição de ensino/pesquisa);

- doações de empresas vinculadas à música;

- eventos sobre negócios com música;

- serviço de consultoria.


6. Estratégia:

Com o orçamento inicial, será produzido conteúdo inédito a ser disponibilizado no site do centro de estudos. Contatos serão feitos com agentes do mercado. Parte das informações e pesquisas que serão necessárias para que as consultorias sejam concluídas serão disponibilizadas para o público (exemplo: Ibope).


7. Possíveis apoios: IG, Terra, TIM, UOL, Oi, Claro, ABPD (ou multinacionais individualmente consideradas), itunes, Yahoo, Telefónica, Petrobras.

Eu acho uma idéia viável. Vamos ver se sairá do papel.

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