segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Sucesso?

Recebi um e-mail poucos dias atrás. Na verdade, era um “spam” de uma empresa que oferecia soluções para ajudar na divulgação de artistas e bandas (o slogan: “O sucesso não acontece por acaso”).

Normalmente, não leio “spam” por princípio, pois lê-lo é dar atenção para uma forma de aproximação com a qual não concordo... Mas acabei atraído pela frase indicada como título do e-mail. Acabaram ganhando minha atenção por alguns minutos.

Trata-se de uma empresa que oferece o seguinte: a produção e divulgação de uma coletânea em cd.

Os benefícios (tanto ganharam minha atenção que estou reproduzindo as principais características do serviço que oferecem...):

- as músicas da coletânea serão disponibilizadas para as principais rádios do país;

- o cd será encartado em uma publicação do mercado (produtores, casas de shows, empresários, etc.) e enviado para mais de 1.000 rádios em toda região Sudeste e Santa Catarina;

- o cd será enviado para os maiores produtores musicais, selos e gravadoras do país;

- as músicas serão divulgadas por meio de um mailing que conta com mais de 100 mil e-mails;

- cada artista receberá 60 cds e, com a venda dos mesmos, poderá amortizar os custos de investimento ou lucrar com a venda das cópias da coletânea;

- o artista deve ter uma música produzida, com boa qualidade ou, caso não tenha, pode contratar com o fornecedor do serviço a produção de uma música para a coletânea.

Custo: R$ 900,00 (preço para os primeiros 10 artistas que fecharem a contratação).

É uma proposta do século passado e ineficaz. Vou dizer os porquês.

1. Aposta nas rádios como veículo mediador entre artista e público.

2. Aposta em mediadores estabelecidos (produtores, casas de shows, empresários, etc.) como engrenagens que contribuirão para um artista se desenvolver.

3. Aposta no artista como objeto a ser descoberto, não como sujeito do que ele pretende alcançar.

4. Aposta em produtores musicais, selos e gravadoras, todos dispensáveis no momento em que o próprio artista pode entrar em contato diretamente com seu público.

5. Aposta em envio de e-mails para um publico indefinido (mailing) no momento em que um dos bens mais escassos que há é a atenção.

Proposta do século passado = equívoco.

Uma banda que contrata um serviço como esse é como uma restaurante que, percebendo a escassez de peixes no mercado, contrata um pescador para jogar uma rede de 10 metros quadrados no Oceano Pacífico.

O lance é que o público não quer ser tratado como peixe. O seu público rejeita iniciativas que pressupõem lançar uma rede contra eles. Não existem mais cardumes de consumidores de música. Os consumidores de música não mais estão confinados. São necessários outros tipos de incentivos.

Não se busca desesperadamente uma gravadora. Você mesmo se organiza e, se você for bom e tiver algo de novo, as pessoas virão atrás de você.

Não se corre atrás do Rick Bonadio. Corre-se atrás do bar, clube ou praça do seu bairro, cidade, estado ou país para que você se apresente por lá.

Agora, se você quiser comprar 60 cds (de uma coletânea em que sua banda conta com 1 música) por R$ 900,00, vai lá. Eu só acho que há modos mais eficazes de gastar R$ 900,00 para promover sua banda. Mas quem sou eu para opinar, né? Eu li o “spam”...


(A empresa está certa, o sucesso não acontece por acaso. Concordo com o pressuposto, não concordo com o método).

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

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