terça-feira, 16 de dezembro de 2008

South by Southwest 2009

Mais de 30 bandas brasileiras foram selecionadas para o SXSW 2009.

Agora, basta esperar e ver quem efetivamente vai desembarcar em Austin.

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Complemento: são 68 as bandas da Austrália e Nova Zelândia já confirmadas no SXSW 2009. Falando em Austrália, indico um link do Australian Music Office com conteúdos em podcast sobre feiras de música, entre elas o SXSW. Recomendo a fala de Phil Tripp.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Metapost

Raramente eu comento coisas que os outros andam fazendo (ou que eu mesmo ando fazendo). Como isso não foi uma escolha consciente, esse post vai se dedicar apenas a isso que eu indiquei acima como algo raro.

Em primeiro lugar, duas indicações: o blog do Ronaldo Evangelista e a edição 8 da +Soma (já disponibilizada no site em pdf).

Ronaldo segue pelo caminho do bem e abre espaço próprio no blog para discussões sobre música e mercado. O lance é tipo um Manhattan Connection da música independente brasileira. Espero que os encontros sigam freqüentes e que uns 40 minutos semanais de debates sejam publicados no blog.

A Soma número 8 está ótima. Acho que foi a edição que eu mais gostei.

Os posts no "Música e Mercado" não estão muito freqüentes por dois motivos. Ao longo do semestre, optei por escrever o texto que está aqui à direita, sobre shows internacionais na cidade de São Paulo nos últimos anos (além de alguns outros temas conexos). Estou desenvolvendo algumas atividades com a Abrafin, que serão divulgadas em breve, por isso sobrou menos tempo para o blog também. É isso.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Do SESC/SP para a iniciativa privada - 2a. versão

A segunda versão do texto sobre a evolução dos shows de artistas internacionais do SESC/SP para a inciativa privada encontra-se ao lado.

Estatísticas de novembro

358 visitantes;

563 page views; e

322 visitantes únicos.

A média de tempo no site foi de 10 minutos e 4 segundos por visitante.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Estatísticas de outubro

328 visitantes;

525 page views; e

287 visitantes únicos.

A média de tempo no site foi de 12 minutos e 4 segundos por visitante.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura - III

No site do Ministério da Cultura, são publicados os nomes de todos os artistas ou bandas que receberam recursos do Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural. Foram poucos os nomes que eu reconheci na lista de beneficiados pelo programa.

Dando continuidade ao levantamento publicado aqui em 22 de agosto de 2008, divulgo alguns nomes de artistas beneficiados com recursos do referido programa para viagens entre setembro e novembro de 2008. Acho importante divulgar o programa e indicar artistas conhecidos que obtêm o apoio, pois isso pode incentivar outras bandas a participarem do programa.

Com viagens em setembro de 2008:

- Cérebro Eletrônico: R$ 3.583,44;


Com viagens em outubro de 2008:

- Fabiana Cozza: R$ 7.515,32.


Com viagens em novembro de 2008:

- Mamelo Sound System: R$ 12.770,00.

- Andréia Dias: R$ 15.243,80 (em lista de espera).

Academia e mercado

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS) realiza seu encontro anual essa semana em Caxambu (MG).

No encontro anual, além das conferências, há grupos de trabalho que debatem textos enviados por pesquisadores de todo o país.

Entre os temas a serem debatidos no encontro, há um que dialoga com o blog: Cultura, Economia e Política.

Três trabalhos me pareceram bastante interessantes:

- Transformações recentes nas formas de produção e difusão de música gravada no Brasil (2000-2008), de Márcia Regina Tosta Dias (UNESP);

- Um som barato: redefinições na experiência de consumo musical, de Manoel Sotero Caio Netto (UFPE);

- O específico mercado brasileiro de música gravada e a nova economia musical mundial, painel de Mariana Barreto (UNICAMP).

Seria importante que esses pesquisadores fossem convidados para as conferências, festivais e feiras de música que ocorrem pelo Brasil.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Estatísticas de setembro

299 visitantes;

605 page views; e

243 visitantes únicos.

A média de tempo no site foi de 12 minutos e 46 segundos por visitante.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Sucesso?

Recebi um e-mail poucos dias atrás. Na verdade, era um “spam” de uma empresa que oferecia soluções para ajudar na divulgação de artistas e bandas (o slogan: “O sucesso não acontece por acaso”).

Normalmente, não leio “spam” por princípio, pois lê-lo é dar atenção para uma forma de aproximação com a qual não concordo... Mas acabei atraído pela frase indicada como título do e-mail. Acabaram ganhando minha atenção por alguns minutos.

Trata-se de uma empresa que oferece o seguinte: a produção e divulgação de uma coletânea em cd.

Os benefícios (tanto ganharam minha atenção que estou reproduzindo as principais características do serviço que oferecem...):

- as músicas da coletânea serão disponibilizadas para as principais rádios do país;

- o cd será encartado em uma publicação do mercado (produtores, casas de shows, empresários, etc.) e enviado para mais de 1.000 rádios em toda região Sudeste e Santa Catarina;

- o cd será enviado para os maiores produtores musicais, selos e gravadoras do país;

- as músicas serão divulgadas por meio de um mailing que conta com mais de 100 mil e-mails;

- cada artista receberá 60 cds e, com a venda dos mesmos, poderá amortizar os custos de investimento ou lucrar com a venda das cópias da coletânea;

- o artista deve ter uma música produzida, com boa qualidade ou, caso não tenha, pode contratar com o fornecedor do serviço a produção de uma música para a coletânea.

Custo: R$ 900,00 (preço para os primeiros 10 artistas que fecharem a contratação).

É uma proposta do século passado e ineficaz. Vou dizer os porquês.

1. Aposta nas rádios como veículo mediador entre artista e público.

2. Aposta em mediadores estabelecidos (produtores, casas de shows, empresários, etc.) como engrenagens que contribuirão para um artista se desenvolver.

3. Aposta no artista como objeto a ser descoberto, não como sujeito do que ele pretende alcançar.

4. Aposta em produtores musicais, selos e gravadoras, todos dispensáveis no momento em que o próprio artista pode entrar em contato diretamente com seu público.

5. Aposta em envio de e-mails para um publico indefinido (mailing) no momento em que um dos bens mais escassos que há é a atenção.

Proposta do século passado = equívoco.

Uma banda que contrata um serviço como esse é como uma restaurante que, percebendo a escassez de peixes no mercado, contrata um pescador para jogar uma rede de 10 metros quadrados no Oceano Pacífico.

O lance é que o público não quer ser tratado como peixe. O seu público rejeita iniciativas que pressupõem lançar uma rede contra eles. Não existem mais cardumes de consumidores de música. Os consumidores de música não mais estão confinados. São necessários outros tipos de incentivos.

Não se busca desesperadamente uma gravadora. Você mesmo se organiza e, se você for bom e tiver algo de novo, as pessoas virão atrás de você.

Não se corre atrás do Rick Bonadio. Corre-se atrás do bar, clube ou praça do seu bairro, cidade, estado ou país para que você se apresente por lá.

Agora, se você quiser comprar 60 cds (de uma coletânea em que sua banda conta com 1 música) por R$ 900,00, vai lá. Eu só acho que há modos mais eficazes de gastar R$ 900,00 para promover sua banda. Mas quem sou eu para opinar, né? Eu li o “spam”...


(A empresa está certa, o sucesso não acontece por acaso. Concordo com o pressuposto, não concordo com o método).

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Estatísticas de agosto

257 visitantes;

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186 visitantes únicos.

A média de tempo no site foi de 9 minutos e 30 segundos por visitante.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Do SESC/SP para a iniciativa privada - IV

Artistas promovidos no SESC/SP

Indico agora alguns dados que compilei e que sustentaram parte das percepções sobre o tema da evolução de certo perfil de shows internacionais em São Paulo nos últimos anos.

Compilei o número de artistas estrangeiros que foram trazidos para São Paulo por 5 dos principais promotores desse tipo de show (Marcos Boffa, Paola Wescher, Carlos Farinha, Eduardo Ramos e Ana Garcia).

Shows internacionais no SESC/SP:

1999 - 1 (Marcos Boffa)

2000 - 1 (Marcos Boffa)

2001 - 8 (Marcos Boffa)

2002 - 3 (Marcos Boffa)

2003 - 6 (4 de Marcos Boffa + 1 de Eduardo Ramos + 1 de Carlos Farinha)

2004 - 5 (2 de Marcos Boffa + 1 de Eduardo Ramos + 2 de Carlos Farinha)

2005 - 7 (2 de Marcos Boffa + 4 de Eduardo Ramos + 1 de Paola Wescher)

2006 - 2 (1 de Marcos Boffa + 1 de Ana Garcia)

2007 - 7 (4 de Marcos Boffa + 3 de Ana Garcia)

2008 - 4 (1 de Marcos Boffa + 2 de Ana Garcia + 1 de Paola Wescher)

Em relação às unidades do SESC/SP em que tais artistas se apresentaram, os dados podem ser assim organizados:

Pompéia - 28 artistas

Vila Mariana - 10 artistas

Santana - 3 artistas

Pinheiros, Belenzinho, São Carlos e Bauru - 1 artista cada

Os dados completos serão publicados em setembro.

Percebe-se uma preponderância do SESC Pompéia para o tipo de artista estrangeiro que venho abordando e uma queda da utilização do SESC/SP para shows desse perfil de artistas estrangeiros apenas em 2006 (continua).

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura - II

No site do Ministério da Cultura, são publicados os nomes de todos os artistas ou bandas que receberam recursos do Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural.

Foram poucos os nomes que eu reconheci na lista de beneficiados pelo programa.

Excluindo o Móveis Coloniais de Acaju, não encontrei nenhuma outra banda conhecida por mim entre os selecionados para viagens em julho, maio e abril (apenas preciso confirmar se o grupo selecionado em agosto e que leva "amor" no nome é o Do Amor, do Rio de Janeiro).

Já a lista dos selecionados para viagens de janeiro a março de 2008, como as entrevistas com algumas das bandas brasileiras que tocaram no SXSW 2008 revelaram, houve bandas que eu já conhecia: Nancy (R$ 6.452,00), Fruet e os Conzinheiros, (R$ 9.845,00), Abaetetuba & Thomas Rohrer (R$ 1.846,24) e Dilei (R$ 4.989,20).

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Comprador e Imagem

Retomando o texto de 5 de agosto, sobre os shows do Móveis Coloniais de Acaju na Europa, acho que o edital do MinC, mencionado nesse texto, é um instrumento que precisa ser melhor divulgado entre artistas e bandas.

Em uma entrevista que encontrei no site do Móveis Coloniais de Acaju, um integrante da banda explica que, na conferência organizada durante o Goiânia Noise 2007, conheceu o representante do Pukkelpop. O representante do festival assistiu ao show da banda e fez o convite para que eles tocassem no festival de 2008. Percebe-se que a vinda de profissionais estrangeiros para eventos de música no Brasil pode contribuir para que bandas brasileiras busquem o desenvolvimento de suas carreiras em outros países.

Além das iniciativas autônomas dos festivais independentes, o projeto “Comprador e Imagem”, da BMA/APEX, também tem o objetivo de fortalecer relações entre artistas brasileiros e profissionais de outros países.

Seria interessante que, aliado ao projeto “Comprador e Imagem” e às conferências realizadas nos festivais independentes, houvesse uma capacitação para que os artistas e bandas pudessem participar do Programa de Intercâmbio de Difusão Cultural do MinC.

O projeto da BMA/APEX de 2008 teve início há poucos dias atrás. No site da BMA, está escrito: “Os Projetos Comprador e Imagem consistem na vinda de profissionais de mídia e compradores internacionais ao Brasil para se encontrarem com produtores musicais e artistas brasileiros, tendo como objetivo a promoção e a geração de negócios. A edição deste ano ocorrerá do dia 16 a 25 de agosto, nas cidades mencionadas acima”.

Trata-se de uma ótima iniciativa. Para fortalecer o debate sobre esse tipo de projeto, seria importante que a BMA/APEX tivesse publicado um relatório sobre os negócios gerados com o projeto em 2007 e assim o fizesse em relação aos demais projetos.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Do SESC/SP para a iniciativa privada - III

Ausência de infra-estrutura privada e início da formação do mercado

No final da década de 90, o mercado de música independente no Brasil estava em uma fase bastante embrionária (estou falando do mercado de música independente ao qual estava vinculado como consumidor e no qual, mais tarde e com menor intensidade, atuei como agente econômico).

Havia selos que lançavam artistas em fitas K-7 (depois veio o CD-R e o CD), pequenos shows, pequenos clubes, fanzines e o começo da Internet[1], que contribuiu para que as pessoas com interesses comuns se encontrassem.

Com o passar dos anos, os selos foram se estruturando juridicamente e empresarialmente; o público foi crescendo e se informando cada vez mais; os clubes e casas de show foram se desenvolvendo em tamanho e qualidade; a possibilidade de distribuição nacional de CDS tornou-se realidade para os selos independentes[2] e a troca de arquivos na Internet chegou de modo avassaladora[3] (e isso foi bom, só para deixar claro).

Nesse processo, os shows de bandas internacionais que ocorriam no SESC/SP, em especial no SESC Pompéia, eram as mais estruturadas manifestações empresariais e artísticas desse cenário.

O SESC Pompéia era o lugar onde as pessoas se encontravam e onde algumas das românticas feiras dos selos independentes aconteciam.

O principal promotor das bandas estrangeiras que vinham ao Brasil, no início da década, foi Marcos Boffa[4]. Conversei com ele recentemente sobre essa época.

As primeiras perguntas que fiz a ele foram: “Por que o SESC/SP? Quais eram os atrativos? Era a única possibilidade de trazer as bandas ao Brasil?”. Antes mesmo de comentar as respostas de Boffa, vou explicar os porquês das perguntas.

Formulei essas perguntas para entender se eu e Boffa concordaríamos em alguns pontos. A minha opinião é a seguinte: em um ambiente em que a iniciativa privada fornecedora de produtos ou serviços para esse público ainda se estruturava, um interlocutor como o SESC/SP era algo raro (Continua).

[1] A Internet comercial no Brasil teve início em 1995.

[2] A Tratore foi inaugurada em 2002 (“Distribuidoras emplacam indies”, 26.09.06, Folha de São Paulo, Ilustrada, Adriana Ferreira Silva). A Distribuidora Independente, vinculada à Trama, funcionou entre 2002 e 2007. A Associação Brasileira da Música Independente (ABMI) foi criada em 2002.

[3] A troca de arquivos pela Internet foi especialmente cruel com os selos brasileiros que estavam começando a se estruturar. Se os selos norte-americanos e ingleses sofreram ao pensar novos modelos de negócio, para os brasileiros, quase todos recém criados e sem os anos de experiência desfrutados desde a década de 80 e 90 pelos selos norte-americanos e ingleses, a situação foi mais drástica. A distribuição nacional tornou-se uma realidade para os selos brasileiros e, quase que concomitantemente, a troca de arquivos por meio da Internet desenvolvia-se em progressão geométrica. Houve pouco tempo para o amadurecimento do mercado fonográfico independente, pois o modelo de negócio estava em transição. Mas isso é outra história.

[4] Outros promotores também atuaram no mesmo período. Paola Wescher (Squat) realizou festivais com várias atrações internacionais na primeira metade da década: Curitiba Pop Festival (2003-2004) e Curitiba Rock Festival (2005). Para a cidade de São Paulo, trouxe os seguintes artistas (em conjunto com a empresa Inker): Nada Surf (Urbano, 2004), Wax Poetic (Pompéia, 2005), Eight Legs (Studio SP, 2007), Bloody Social (Vegas, 2007), Josh Rouse (Vila Mariana, 2008) e colaborou com o Campari Rock (2005-2006). Carlos Farinha (Bizarre Music) trouxe os seguintes artistas para São Paulo: Stereo Total (Pompéia, 2003), Cobra Killer (Pompéia, 2004), Le Hammond Inferno (Pompéia, 2004), Tarwater (Itaú Cultural, Resfest, 2005), Miho Hatori (Cinemateca Brasileira, Resfest, 2007), Akron/Family (Cinemateca Brasileira, Resfest, 2007) e My Brightest Diamond (Cinemateca Brasileira, Resfest, 2007). Eduardo Ramos (Slag), com quem colaborei, promoveu shows dos seguintes artistas: Nice Man (Pompéia, 2003), Teenage Fanclub (Pompéia, 2004), Damo Suzuki (Pompéia, 2005), Fennesz (Pompéia, 2005), Wolf Eyes (Pompéia, 2005), Television (Pompéia, 2005), 1990s (Coppola, 2006), Gruff Rhys (Studio SP, 2007), Four Tet (Studio SP, 2007), King Creosote (Studio SP, 2007) e Max Tundra (Studio SP, 2008). Infelizmente não consegui conversar com Carlos Farinha para confirmar essas informações. Creio que existem outras pessoas que trouxeram artistas estrangeiros para se apresentarem no Brasil, mas, para limitar a etapa de compilação dos dados, era importante fazer um corte. Optei por deixar de fora os promotores de shows de hardcore e metal, pois eu nunca estive muito perto dessa realidade, o que demandaria mais pesquisa para conhecê-la, e ela não tem muitos pontos de contato com os artistas ou palcos mencionados neste texto.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Casas de show em São Paulo

Fiz um levantamento sobre o número de casas de shows/clubes que, em minha opinião, dialogam com partes maiores ou menores de um mesmo público e artistas na cidade de São Paulo.

Listei 21 estabelecimentos. O mais antigo foi inaugurado em 1999 e o mais novo, em 2008. A lista em ordem alfabética é (entre parênteses, indico a data da inauguração):

Astronete (janeiro de 2007)

Atari Club (fevereiro de 2008)

Audio Delicatessen (dezembro de 2006)

Bar B (novembro de 2006)

Berlin (agosto de 2005)

CB (março de 2006)

Clash (fevereiro de 2007)

Coppola Music (2004)

D-Edge (2003)

DJ Club (2000)

Fun House (agosto de 2002)

Glória (maio de 2006)

Grazie a Dio (junho de 1999)

Lady Hell (fevereiro de 2007)

Inferno (outubro de 2006)

Milo (dezembro de 2004)

Outs (julho de 2003)

Praga (outubro de 2007)

Studio SP (novembro de 2005)

Vegas (junho de 2005)

Toy Lounge (outubro de 2005)

Percebi o seguinte padrão: entre 2005 e 2007, ocorreram 13 inaugurações.

Sem entrar na discussão sobre, por exemplo, a infra-estrutura para shows que cada um desses estabelecimentos oferece, creio que o simples número absoluto de inaugurações nos últimos anos é indicativo de que houve um desenvolvimento recente de espaços para festas e shows em São Paulo.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Estatísticas de julho

179 visitantes;

335 page views; e

152 visitantes únicos.

A média de tempo no site foi de 9 minutos e 18 segundos por visitante.

Estatísticas de junho

134 visitantes;

209 page views; e

114 visitantes únicos.

A média de tempo no site foi de 14 minutos e 28 segundos por visitante.

Do SESC/SP para a iniciativa privada - II

A trajetória de certo perfil de shows internacionais na cidade de São Paulo e a evolução do mercado para a música independente

No início da década atual, o SESC/SP foi um apoio importante, se não essencial, para que o público da cidade de São Paulo pudesse contar com shows de novas bandas e artistas estrangeiros (em sua maioria, norte-americanos e britânicos).

Os shows ocorriam com certa freqüência e ir ao SESC Pompéia, a unidade do SESC/SP que mais apoiava esse tipo de atividade, era uma constante para muitas pessoas, inclusive eu mesmo.

Entrei em contato com Marcos Boffa para conversar sobre o assunto, pois ele foi o promotor que mais shows internacionais realizou na época indicada acima. Boffa confirmou a lista dos shows que promoveu e que passaram pelo SESC/SP. No lugar de rotular a estética das bandas que Boffa trouxe ao Brasil, vou nomear algumas: Superchunk, Yo La Tengo, Stereolab, Mogwai, Tortoise, Sam Prekop, Man or Astroman, Trans AM, Luna, Chicago Underground Duo, Cat Power, Stephen Malkmus e Tony Allen. Além de Marcos Boffa, conversei também com outros promotores (Ana Garcia e Paola Wescher), com o proprietário de uma casa de show (Alexandre Youssef, do Studio SP) e com uma representante do SESC/SP (Mônica Carnieto).

Estava lembrando disso recentemente, enquanto reparava que há muito tempo eu não freqüentava o SESC Pompéia, e fiquei pensando sobre o porquê dessa menor preponderância da instituição nesse cenário (pressupondo que minha percepção era verdadeira...).

Compilei algumas hipóteses:

- desinteresse do SESC/SP em contratar bandas estrangeiras esteticamente próximas às bandas mencionadas acima;

- desinteresse dos promotores brasileiros em realizarem shows internacionais no SESC/SP;

- redução generalizada do número de artistas estrangeiros se apresentando no Brasil;

- fortalecimento da iniciativa privada na promoção de shows internacionais (casas de show e festivais patrocinados por grandes empresas).

Os próximos textos vão desenvolver algumas idéias sobre essas hipóteses e o que eu considero que houve efetivamente: uma migração dos shows que antes eram realizados no SESC/SP para a iniciativa privada.

Obs.: desenvolvi os textos ao longo das últimas semanas. Além das pessoas já mencionadas acima, agradeço aos amigos que leram os textos e enviaram comentários sobre o mesmo: Dago Donato, Eduardo Ramos, Flávio Seixlack, Guilherme Barrella, Juliano Polimeno e Pena Schmidt.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

BAFIM 2008

BAFIM (Feira Internacional da Música de Buenos Aires) é uma das principal feiras de música e negócios da América Latina.

Em 2008, ocorrerá a terceira edição do evento, entre os dias 3 e 7 de setembro.

O festival conta com 5 palcos para apresentações ao vivo, área onde ocorrerão as conferências e reuniões de negócios (MusicNet) e uma área aberta ao público, com stands de importantes empresas argentinas e de outros países (serão mais de 60 expositores esse ano).

Conheci em março uma das pessoas que organizam o BAFIM, Mariana Markowiecki.

A feira é uma ótima oportunidade para artistas e bandas brasileiras se aproximarem do mercado argentino.

Nos anos anteriores, os seguintes representantes brasileiros participaram das mesas de debates do BAFIM: Marinilda Boulay (Guia do Mercado Brasileiro da Música e representante do MIDEM na América Latina), Gustavo de Vasconcellos (FMI), Eduardo Muskat (MCD), Bruno Boulay (representante no Brasil do Escritório de Exportação da Música Francesa), Paulo André (Porto Musical), Felipe Llerena (iMusica), Deborah Sztajnberg (Debs Consulting), Fabrício Nobre (Abrafin), entre outros.

Em breve, a programação artística e das mesas de debates serão divulgadas.

A BMA/APEX, em parceria com a ABMI e a Abrafin, terão um stand na feira. Além disso, a BMA/APEX selecionou 10 artistas brasileiros para se apresentarem na feira (as informações foram publicadas no site da BMA no dia 08.07.08). Três deles serão escolhidos pelos organizadores da BAFIM para se apresentarem na edição de 2008.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura

O Ministério da Cultura tem um programa denominado “de Intercâmbio e Difusão Cultural”, desenvolvido pela Secretaria de Incentivo e Fomento à Cultura (Sefic/MinC), para viagens no Brasil e para fora do país.

Atualmente, encontra-se em vigor o Edital de Intercâmbio no. 2/2008, que teve início em julho de 2008 e se encerra em março de 2009. O edital é aberto para pessoas físicas, instituições, artistas e bandas.

Esses são os próximos prazos (mês da viagem – prazo para participar do edital):

Novembro de 2008 - 31 de agosto
Dezembro de 2008 - 30 de setembro
Janeiro de 2009 - 31 de outubro
Fevereiro e Março de 2009 - 30 de novembro

Visitando o site do MinC, reparei que na lista de artistas selecionados para viagens em agosto estava o nome do Móveis Coloniais de Acaju. A banda obteve recursos no valor de R$ 14.501,94. Entrei em contato com a banda e enviei algumas perguntas para os integrantes. A finalidade da entrevista é entrar em contato com a experiência do Móveis no programa do MinC. A banda está nos preparativos finais para sua primeira turnê na Europa. As respostas podem demorar um pouco para chegarem, mas, quando eu as receber, serão publicadas aqui.

1 – Foi a primeira vez que o Móveis tentou participar desse programa? Foi a primeira vez que obteve sucesso e foi selecionado?

2 – Como a banda ficou sabendo do programa?

3 – Quais as maiores dificuldades enfrentadas para participar do programa? Quem foi o responsável por se dedicar ao processo que culminou na obtenção dos recursos?

4 – Como o dinheiro será investido? Li uma notícia sobre a futura turnê do Móveis pela Europa(tocam dia 16 de agosto no Pukkelpop). Essa é a finalidade dos recursos (subsidiar os shows fora do país)?

5 – Você poderia falar um pouco sobre os shows que ocorrerão na Europa e de como foi o processo para organizar a turnê (quem foi o responsável, quais as datas, lugares em que vão tocar, quais as dificuldades, facilidades...)?

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Do SESC/SP para a iniciativa privada

Venho pensando no seguinte tema ao longo das últimas semanas: a evolução dos shows de novos artistas e bandas estrangeiras na cidade de São Paulo do início da década até os dias de hoje.

Houve uma época em que o SESC/SP, e o SESC Pompéia em particular, era o lugar que possibilitava ao público de São Paulo assistir shows de novas bandas de fora do país.

Para mencionar alguns exemplos de bandas, cito as seguintes: Superchunk, Yo La Tengo, Luna, Stereolab, Teenage Fanclub e Stephen Malkmus.

No entanto, o SESC/SP deixou de preponderar nesse cenário com o passar dos anos. Recentemente, houve um aumento do número de festivais patrocinados por grandes empresas e de casas de show localizadas na cidade de São Paulo.

Estou sistematizando alguns dados sobre essa realidade e, em breve, vou publicar algumas idéias sobre esse tema por aqui.

Enquanto isso, se quiser entrar em contato com alguns dos dados e percepções preliminares que já desenvolvi, mande um e-mail ou uma mensagem por meio de "Opiniões, cadastro, críticas, idéias...", na coluna da direita da página principal do blog, e eu lhe envio um texto preliminar que já conta com mais de 10 páginas.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Acordo no Reino Unido entre provedores e Ofcom sobre downloads ilegais

Foi feito um acordo no Reino Unido entre os 6 maiores provedores de Internet e a Ofcom (órgão britânico similar à ANATEL).

No caso de menores de idade, os pais serão responsáveis pelos downloads ilegais efetuados por seus filhos. Em outras palavras: o titular da relação de consumo com o provedor de Internet será o responsável.

Haverá fiscalização por parte dos provedores sobre os consumidores que fazem download ilegal ("traffic filtering").

Em primeiro lugar, serão avisados de que estão cometendo ilegalidades. Se continuarem, terão a velocidade de acesso à Internet reduzida ("trafic management").

O que mais achei interessante na notícia foi o fato de que a indústria de provedores se organizou para autoregular-se. Com essa postura, o governo arquivou a medida mais grave que estava sendo prevista (de retirar o acesso dos consumidores que fossem autuados 3 vezes fazendo downloads ilegais - há uma proposta no parlamento francês que prevê que o consumidor ficará sem Internet por 1 ano após a terceira autuação).

Se esse acordo não funcionar, voltará o debate sobre leis que tentem resolver a questão.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

ABMI e Feira da Música 2008 - novos sites

Os novos sites da Associação Brasileira da Música Independente (ABMI) e da Feira da Música 2008 estão no ar.

Em relação ao site da ABMI, já estava mais do que na hora do lançamento de um site novo. No ícone "Imprensa", os dados apresentados são poucos. Seria bom para o setor que a ABMI pudesse sistematizar de modo mais aprofundado os dados de seus associados (são poucos os números disponibiliados atualmente).

O site da Feira da Música 2008 também merece elogios. Já na página inicial há certa preponderância, positiva, no que diz respeito às informações sobre a programação da Rodada de Negócios, das oficinas, workshops e encontros.

O próximo passo para os encontros de música no Brasil seria não apenas restringir o contato entre convidados e público aos poucos minutos de duração de um workshop ou de um debate, mas sim, por meio de compromisso assumido por cada convidado, disponibilizar previamente no site do evento textos inéditos e textos de referência sobre os temas das Rodadas de Negócios, workshops, oficinas e encontros.

domingo, 29 de junho de 2008

Debate - Márcia Tosta Dias, Pedro Alexandre Sanches e Pena Schmidt

"Da série “Pensar em Música”, evento contará com as presenças de Márcia Tosta Dias, autora do livro Os Donos Da Voz, do jornalista Pedro Alexandre Sanches e do diretor artístico do Auditório, Pena Schmidt (foto ao lado).
Dia 01 de julho, às 17 horas, o Auditório Ibirapuera abre o espaço, pela primeira vez, para uma palestra sobre a indústria fonográfica, as grandes gravadoras, as independentes e o trajeto da música brasileira. O evento, que será realizado na área de Convivência do Auditório para cerca de 80 pessoas, será gratuito. Os interessados devem retirar suas senhas com uma hora de antecedência na bilheteria do Auditório Ibirapuera. Publicado pela Boitempo em segunda edição, o livro Os Donos da Voz, tema da palestra, faz uma análise abrangente e detalhada do funcionamento da indústria fonográfica brasileira e mundial. A obra avalia os enormes avanços do mercado fonográfico, examinando sua organização administrativa, fusões, estratégias, critérios de produção e seus altos patamares de lucratividade – que perduraram por quase todo o século XX. Levanta ainda dados sobre as formas de difusão musical utilizadas pelas grandes companhias e ressalta o lugar ocupado pela chamada produção independente. A pesquisa que originou o livro, ao analisar as formas de organização e produção nas grandes companhias fonográficas no passado recente, acabou por encontrar e explorar o que se pode considerar como o ponto zero de tais transformações: a incorporação das tecnologias digitais ao conjunto do trabalho, sobretudo à gravação, aliada à reestruturação globalizadora do capitalismo.
Pensar em Música! - 01 de julho 17h00 - "Os Donos da Voz", sobre a indústria fonográfica AUDITÓRIO IBIRAPUERA Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 2 do Parque do Ibirapuera. Informações: info@iai.org.br Site: http://www.auditorioibirapuera.com.br/", Luciana Stabile, Music News.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Estatísticas de maio

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quarta-feira, 21 de maio de 2008

John Telfer - Musical Notes (2)

Rádios – tocam e não pagam

Você já escutou alguma vez músicos reclamarem que escutaram suas músicas tocando em rádios, mas nunca foram pagos por isso? Talvez isso possa ser chamado de “play and no pay”.

Um dos problemas é que, no Brasil, cerca de 50% (isso mesmo, 50%) das rádios não pagam direitos de performance referentes às músicas que tocam.

É um grande desrespeito dessas rádios aos compositores e artistas.

As rádios usam a música para atrair ouvintes, mas não querem pagar pela música. Elas deveriam estar pagando um pequeno valor pela licença ao ECAD e, então, esse o valor seria dividido entre o artista que gravou a música, o compositor, os músicos, a gravadora e a editora.

A gravadora recebe uma parcela porque há casos em que pagou pela gravação da música (master) e também assumiu custos para a promoção do disco (inclusive enviando discos para as rádios).

A gravadora pode ter pagado à rádio para que a música fosse veiculada. Se e quando isso acontecer, esse custo é cobrado de volta do artista, ou seja, é descontado dos direitos/porcentagens que ele receberá da gravadora. Vou abordar isso em outro momento.

Os músicos recebem uma pequena parcela porque tocaram na gravação da música veiculada nas rádios.

A editora recebe uma parcela porque representa os compositores e coleta os direitos desses últimos. Se as músicas são veiculadas em outros países (não apenas no país onde o artista reside), a sua editora faz um acordo com outras editoras estabelecidas em países diferentes. E, logicamente, os compositores recebem suas parcelas porque sem o compositor não haveria música.

A pirataria é sempre um tema recorrente. Mas, com certeza, o fato de algumas rádios não pagarem o que devem é também pirataria e tão ilegal quanto downloads ilegais ou a fabricação de cds piratas, não é?

Por que somos aparentemente incapazes de fazer com que as rádios paguem o que devem?

Esse tópico continua no próximo texto.

Obrigado pela atenção.

John Telfer, 19 de maio de 2008.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

BMA divulga informações

A BMA divulgou informações interessantes recentemente: o balanço de negócios em 2007-2008 e uma pesquisa que tem como respondentes os associados da BMA.

Os dois relatórios estão ao dispor do público no site da BMA (acesse "Institucional" e, depois, "Notícias" - são as duas notícias publicadas em 13 de maio de 2008).

É um bom ponto de partida para o debate sobre o papel do convênio BMA/APEX.

domingo, 4 de maio de 2008

Centro de Música e Negócios

1. Pressupostos:

A música é uma das principais formas por meio das quais as grandes empresas se comunicam com os consumidores. Em mercados mais desenvolvidos, essa conexão é mais plena. No Brasil, ela está em estágio menos avançado, mas claramente é uma realidade.

A forma de consumo de música gravada será cada vez mais por meio de empresas pagando para fornecer música gratuita aos seus consumidores (música gravada aparentemente gratuita para o consumidor – ao menos enquanto a qualidade dos arquivos digitais não for reconhecida como um valor agregado).

A música é um negócio como outro qualquer. Mas, no Brasil, há um déficit de conhecimentos e informações sobre esse ramo da atividade econômica.

É um negócio em mutação. A antiga locomotiva da indústria da música, venda de fonogramas em suporte físico, vem perdendo fôlego há anos, no Brasil e no mundo. É o momento ideal para se pensar novos modelos de negócios.

No momento em que as grandes gravadoras buscam novas formas de atuação, as pequenas começam a chamar a atenção. A pluralização dos canais de comunicação entre artistas e público vem gerando a descentralização do poder (estético, econômico e de influência), dando espaço às empresas menores. Isso é um fato em mercados mais desenvolvidos. O Brasil apresenta a mesma tendência. Haverá também uma grande demanda por informações por parte das empresas pequenas.


2. Função:

Centro de pesquisa sobre o mercado de música interno e sobre a exportação de música brasileira.


3. Objetivo:

Preencher o vácuo existente no Brasil no que diz respeito à literatura e sistematização de conhecimentos sobre o mercado de música. Contribuir para a contínua profissionalização desse mercado.


4. Oportunidade:

Atividade inovadora.

Venderia criatividade e inovação (consultoria que ajudaria a manter o centro de pesquisa). Devolveria, em troca, conhecimentos para todos (publicações e cursos).


5. Forma de financiamento:

- pequeno orçamento inicial (nome e infra-estrutura de alguma instituição de ensino/pesquisa);

- doações de empresas vinculadas à música;

- eventos sobre negócios com música;

- serviço de consultoria.


6. Estratégia:

Com o orçamento inicial, será produzido conteúdo inédito a ser disponibilizado no site do centro de estudos. Contatos serão feitos com agentes do mercado. Parte das informações e pesquisas que serão necessárias para que as consultorias sejam concluídas serão disponibilizadas para o público (exemplo: Ibope).


7. Possíveis apoios: IG, Terra, TIM, UOL, Oi, Claro, ABPD (ou multinacionais individualmente consideradas), itunes, Yahoo, Telefónica, Petrobras.

Eu acho uma idéia viável. Vamos ver se sairá do papel.

Estatísticas de abril

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segunda-feira, 21 de abril de 2008

1º Encontro Nacional de Música Independente

Nas últimas semanas, ouvi falar de um encontro da ABMI (Associação Brasileira de Música Independente) a ser realizado em Curitiba. Procurei informações sobre o evento, mas não encontrei nenhuma. Pensei então que o evento seria em outra época do ano ou que eu tinha entrado em contato com uma informação incorreta.

Mas em 15 de abril, ao ler as notícias diárias do Music News, obtive informações sobre o evento em questão. Para mais detalhes, veja esse arquivo.

Ocorreu recentemente 1º Encontro Nacional de Música Independente “convocado” pela ABMI, AMAR (Associação dos Músicos, Arranjadores e Regentes) e pela UBC (União Brasileira de Compositores), com o apoio da Secretaria de Cultura e da Rádio e Televisão Educativas do Paraná.

Trata-se de uma ótima iniciativa (acredito em pessoas e instituições que se reunem para o debate de temas de interesse mútuo). No entanto, há alguns pontos que merecem ser avaliados.

Não encontrei nas páginas eletrônicas das instituições que convocaram o evento qualquer informação sobre o programa e objetivos do evento, quais os temas debatidos ou quem participou de cada painel. São informações básicas, mas que eu não consegui encontrar quer antes, quer após o evento (se alguém as encontrou e quiser me enviar, eu agradeço).

No texto divulgado pelo Music News, há uma informação interessante. “Em 2007, as quatro gravadoras multinacionais que atuam no Brasil lançaram, no total, 130 novos discos, dos quais, 75 são licenciamentos de música estrangeira”. Após isso, são citados os números individualizados em cada uma das quatro multinacionais.

Em oposição a esses números, foi informado que 63 gravadoras independentes lançaram 784 novos discos em 2007. “Estão excluídos deste número aquelas que trabalharam principalmente com licenciamentos internacionais e os músicos que se auto produzem, estes últimos pela impossibilidade de ser contabilizados”. Pressupus então que foram 784 discos de artistas brasileiros (mas seria importante que essa informação estivesse expressa no documento).

O primeiro ponto que merece atenção é a ausência da indicação das fontes de tais dados. Creio que seria importante que, em relação a cada dado mencionado no documento, houvesse um detalhamento no sentido de indicar as fontes. Por exemplo, seria ótimo saber quais são as 63 gravadoras independentes que lançaram 784 discos de música brasileira em 2007. Tal complemento daria mais legitimidade ao argumento desenvolvido no texto.

Foi informado também que, em 2007, apenas 9,82% do espaço das rádios comerciais brasileiras foi dedicado à música produzida pelas independentes.

Após a menção aos dados, há a frase “(...) os números disponíveis são eloqüentes e falam por si”.

Pela indicação dos dados é possível entender o documento derivado do encontro pretende defender. Em resumo, ele defende um maior equilíbrio entre o que é transmitido nas rádios comerciais e a pluralidade de manifestações musicais brasileiras.

Foi informado que “a grande indústria do disco ocupou 87,37% do espaço das rádios comerciais brasileiras”. Perguntas que eu faria para melhor compreender o cenário:

- qual a fonte de tal informação?
- qual o método utilizado para aferir tal número?

Considerando que o texto informa que as multinacionais lançaram 75 discos de artistas estrangeiros e 55 discos de artistas brasileiros, uma mera contraposição desses dados com os 87,37% do espaço ocupado pelas multinacionais nas rádios comercias revela que as multinacionais dominam as rádios comerciais, mas nada revela sobre quanto desses 87,37% refere-se aos artistas estrangeiros e quanto se refere aos artistas brasileiros contratados pelas multinacionais.

O texto aborda a expressão “produção musical genuinamente brasileira” como algo que não está muito presente nas rádios comerciais brasileiras. A pergunta é: por que as músicas dos 55 discos de artistas brasileiros lançadas pelas multinacionais não são “genuinamente brasileiras”?

Meu ponto é: há vários números para corroborar muitos argumentos. Um pouco mais de precisão em relação aos números e aos termos utilizados contribuíram mais para o debate. Números não falam por si só, nós falamos por eles.

terça-feira, 8 de abril de 2008

ABPD - relatório sobre 2007

Foram publicados no site da ABPD mais detalhes sobre o mercado brasileiro de música em 2007.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Mercado digital - UOL Megastore

Retomando o post de 19 de março, publico as respostas enviadas por Jan Fjeld, diretor da UOL Megastore. Agradeço Jan pela atenção e tempo dedicado.

1 – Desde quando a loja existe?

R.: A loja entrou online em maio de 2006.

2 – Qual o crescimento que a loja apresentou em 2006? E em 2007? Gostaria de obter as respostas tanto no quesito número de downloads vendidos quanto no quesito receita gerada com a venda de downloads. Se ficar confortável em divulgar os números absolutos, eu gostaria de ter acesso aos mesmos.

R.: Não podemos divulgar os números por ser uma empresa aberta, mas crescemos em volume de downloads comparando o período maio-dezembro de 2006 com o mesmo em 2007 em 47%.

3 – Qual o perfil do comprador da loja? Como a existência de apenas um perfil é questionável, o que tornaria a pergunta genérica demais, indique o perfil dos compradores que representam a maior porcentagem de seus clientes.

R.: Não há um perfil único, mas notamos que - a margem é pequena - a maior parte dos usuários tem o perfil usuário UOL, segmento música (UOL Música, Rádio UOL, Megastore, parceiros como VagaLume, Achei Cifras e etc.). Sexo: Homens 54% / Mulheres 46%. Idade: 2 a 11 anos - 4%; 12 a 17 anos - 29%; 18 a 24 anos - 24%; 25 a 34 anos - 14%; 35 a 49 anos - 20%; 50 ou + - 8%. Fonte: Ibote/Netratings (agosto de 07).

4 – Qual a atual situação do mercado digital no qual sua empresa se insere e quais as perspectivas para o futuro?

R.:
Estamos num mercado novo, muito abalado pela pirataria P2P e a total falta de ações por parte da indústria para combater a pirataria e oferecer soluções atraentes aos consumidores de música. Os preços no formato digital ainda são altos e não ajudam a desenvolver o mercado digital. A indústria foi muito lenta em resolver as questões referente ao uso ou não do DRM. Tenho a impressão que na cabeça do usuário, o DRM ficou sinônimo de um vírus. A mídia também trata o assunto levianamente. Os exemplos são diários em que a mídia divulga lançamentos que, por vias ilegais, estão disponíveis nos serviços P2P sem, em nenhum momento, avisar aos leitores que é crime tanto oferecer como baixar estes mesmos lançamentos. A jurisprudência brasileira já deixou claro que é crime deixar títulos disponíveis para outros baixarem via P2P independentemente de ganho financeiro. Há um caso curioso na China no ano passado em que o Yahoo foi condenado sendo co-responsável em incentiver a pirataria por não fazer nada para impedir os seus usuários ao acessar redes ilegais de P2P. Falta conscientização.

Todos as grandes gravadoras - salvo a EMI - baixaram os preços para R$ 1,99 a faixa. Warner cobra R$ 1,89. A Universal baixou de R$ 2,49 a faixa para R$ 1,99 agora em 01 de abril. Estima-se que o brasileiro (classe A e B) baixaram 1,8 bilhão de faixas ilegais em 2007. Vide notícia em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u366787.shtml

A EMI já tomou a decisão de vender o seu catálogo sem DRM no ano passado. A Universal começou um teste no mesmo sentido em grande escala via amazon.com também no ano passado (estima-se approx. 70% do catálogo desta gravadora) e, tanto a Sony BMG como a Warner sinalizaram que vão seguir o exemplo. Por aqui ainda não temos uma posição firme neste sentido de nenhuma das grandes e há ainda as associações ABER e ABEM (que negociam coletivamente em nome das editoras que administram os direito autorais tanto com as gravadoras como os serviços ISPs de download) que lutam contra a mudança para download sem DRM. E, sem a colaboração as partes na cadeia alimentar da música para fortalecer o mercado digital, nada feito.

Mesmo assim, estamos otimistas (entusiastas e otimistas). As perspectivas são boas; como você cita na pergunta 5, o mercado de música na internet, segundo a ABPD (não sei bem a métrica da ABPD, seria interessante saber), representa 24% do mercado digital, uma fatia que tende a crescer muito. Vimos um bom crescimento no ano passado em volume de faixas baixadas, o serviço está seguro, funcionando bem e o catálogo crescendo rapidamente (atualmente com 600K ++ músicas). Estamos vendo o efeito cauda longa; quase 60% do que vendemos são títulos fora de catálogo e títulos só disponíveis no formato digital. A nossa clientela vem do Brasil inteiro e, o nosso cliente gasta muito. Temos poucos clientes mas, quem compra, compra muito. Acredtito que podemos oferecer um catálogo bom no formato MP3 até o final do ano como também oferecer um catálogo razoável de vídeo (programas de TV, seriados, filmes, curtas, cartoons e etc.). Há pesquisas do mercado norte-americano que mostra que a porcentagem que utilize os P2P hoje, é bem menor do que há dois anos, especialmente entre os jovens. (Não achei essa pesquisa aqui agora, mas vou achar para te mandar.) A disponibilidade de uma opção legal e atraente aos consumidores é uma alternativa viável. Fato é que, na semana que fechou no dia 09/03, vendeu-se 20,120,000 faixas via download só nos EUA. Neste mesmo país, vendeu-se, até a mesma data, 09/03, em 2008, 219,518,000 de faixas via download, uma melhora de 26,6% comparando com o mesmo período do ano passado. Os números são do Nielsen SoundScan.

5 – A ABPD divulgou (notícia mais recente do site) que as receitas com música digital no Brasil aumentaram 185% em 2007, sendo que as receitas obtidas por meio da telefonia celular cresceram 157% (representando 76% do total do mercado digital). Segundo a ABPD, licenciamentos e vendas na Internet, em 2007, representaram 24% do mercado digital. Desses 24%, quantos por cento são provenientes de sua empresa? Em outras palavras, qual o fatia de mercado de sua empresa?

R.: Não sei responder. Não conheço a métrica da ABPD.

6 – Qual o estilo musical mais é vendido na loja?

R.: MPB.

7 – Você considera que a qualidade dos arquivos digitais poderá futuramente agregar valor à atividade econômica de venda de faixas em suporte digital? Ou a experiência atual do consumidor de música em formato digital já está consolidada e não levará em consideração a qualidade técnica do fonograma que escuta?

R.: Acredito que sim, a partir desta segunda semana de abril, começamos a oferecer faixas no formato MP3 com a compressão 256kbps. A maior parte do catálogo atual é no formato WMA na compressão 197kbps. Por enquanto são títulos dos independentes brasileiros e um pequeno catálogo de rock clássico que serão oferecidos neste formato com a compressão melhor. Mesmo que, segundo os experts, acima de 192kbps as diferenças não são audíveis ao ser humano, acredito que terá um efeito positivo. As grandes também tomarão melhor cuidado na hora de converter o seu acervo antigo para os novos formatos. Por exemplo, a Universal está reativando mais de 60K de títulos que estavam fora de catálogo e fora do mercado numa qualidade superior ao que tinha feito até então.

8 – Quais os planos para 2008? Mencione os principais obstáculos e metas da empresa.

R.: O principal obstáculo é a pirataria P2P e a falta de respeito pela propriedade. Só porque algo está disponível e a tecnologia permite, não significa que é legal baixar. Há muito desinformação e a grande mídia está sendo muito leviana no tratar das questões de proteção e de propriedade. As principais metas mencionei na resposta 4, auemento do catálogo, música sem DRM numa qualidade melhor e títulos em vídeo.

9 – O DRM é um obstáculo a ser superado?

R.: Vide respostas 4, 7 e 8.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Dados da ABPD na imprensa

No Jornal Nacional de ontem e na Folha de São Paulo de hoje (o conteúdo é restrito, mas indico o link mesmo assim) foram publicadas matérias sobre o novo relatório da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos).

A despeito das matérias mencionadas acima dialogarem sobre dados recentes sobre o mercado, o novo relatório da ABPD, sobre 2007, ainda não foi dispobibilizado no site da instituição.

Segundo as informações presentes na matéria da Folha de São Paulo, as vendas de CDs e DVDs caíram 31,2% em 2007 e “mesmo assim as gravadoras estão comemorando”. A percepção positiva do mercado vem do fato de que os downloads pagos geraram R$ 5,7 milhões em 2007 (crescimento de 1.619%).

Além disso, a venda de música para celulares gerou R$ 18,5 milhões (crescimento de 127%).

O crescimento do mercado digital como um todo foi de 185% (dado que também já havia sido divulgado pela ABPD anteriormente). Tal mercado passou a representar 8% do mercado fonográfico brasileiro (representava 2% em 2006).

"Estamos no ar desde maio de 2006 e nosso volume de vendas cresceu 46% até o fim de 2007", disse Jan Fjeld, diretor da UOL Megastore, na matéria da Folha de São Paulo.

No mercado de CDs, houve queda de 19,2% em número de unidades vendidas e 33,2% de queda quando a arrecadação do setor foi levada em conta.

No mercado de DVDs, também em queda, as reduções foram da ordem de, respectivamente, 7,5% (unidades) e 26,3% (receita).

A matéria termina com a frase de que “o otimismo se estende às gravadoras independentes, que respondem por cerca de 20% do mercado”.

"Conseguimos uma recuperação razoável em 2007 e 2008 será bem melhor", disse Roberto de Carvalho, presidente da ABMI (Associação Brasileira da Música Independente), na matéria da Folha de São Paulo. Em relação à ABMI, nenhuma estatística foi publicada na matéria.

Agora, é só esperar a publicação dos relatórios completos da ABPD e da ABMI.

A matéria da Folha de São Paulo foi escrita por Luiz Fernando Vianna, com colaboração de Marco Aurélio Canônico.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Belmont University - Music Business (2)

Retomando o post de 31 de março, transcrevo as disciplinas específicas oferecidas pelo programa de negócios com música no Mike Curb College of Entertainment and Music Business, da Belmont University.

A finalidade é exemplificar o grau de desenvolvimento e profundidade com que esse tipo de curso é encarado em algumas institutições. A transcrição das disciplinas seria apenas para exemplificar e ilustrar isso.

MBU 1110. Survey of Music Business (3). This course is a general overview and a study of the major functional areas of the music business. Attention is given to the theoretical foundations and practical application of current business practices in the music industry including supporting organizations and the revenue flow from music consumer to creator.

MBU 3990-4990. Special Studies (1-3).

MBU 2000. Music Business Internship Lab (0). Prerequisites: MBU 1110, MBU 1380 and sophomore standing or 12 hours of credit in residence at Belmont for transfer students. Must be taken before or as a co-requisite with the first internship. A computer/lecture-centered, career-oriented course covering basic business communication skills and music industry administration. Interviewing skills, internship expectations, career-building methodology, and networking techniques in the music business are also covered.

MBU 2130. History of the Recording Business (3). A study of the foundations of the recorded music business, which includes the development of recording labels, technology-driven changes, and recordings from 1877 to the present. Also discussed is the formation of the major recording labels and the development of the marketing structure whereby recorded music is exposed and sold to consumers.

MBU 3000. Music Business Internship (1-6). Prerequisites: MBU 2000, MBU 1110, MBU 1380, junior standing, a minimum of 2.8 Belmont cumulative G.P.A., or approval of the Dean. Transfer students must have completed 12 hours of credit in residence at Belmont. MBU 2000 may be taken as co-requisite with the first internship. Co-requisite: MBU 4000. This is a formal intern education assignment in which the qualifying student participates in an entertainment business organization as an intern for a selected period of time. (May be repeated; however, a maximum of 6 credit hours may be used as Music Business electives.) Only full-time degree-seeking students who have met the prerequisites may register for MBU 3000.Gen. Ed. Designation: EL (I – Internships, Clinicals, Practica).

MBU 3330. International Music Business (3). Prerequisite: MBU 1110 or permission of instructor. An exploration of issues confronting entertainment and Music Business firms in a competitive global environment. Particular emphasis includes the manufacturing, marketing, management or financing of entertainment and promotion of the music and entertainment industries which are additional areas of study.Gen. Ed. Designation: GS (G – Global Studies).

MBU 3360. Entertainment Career Development (3). Prerequisite: MBU 1110. A study of personal entertainment career development and management including educational, promotional, and financial concerns of the professional entertainer. Various unions, guilds, and associations are studied from the entertainer's viewpoint.

MBU 3450. Music Publishing (3). Prerequisite: MBU 1110. A study of music publishing. The course deals with contracts, foreign publishing, catalog development, setting up a publishing company, demo sessions and licensing.MBU 3520. Intellectual Property (3). Prerequisite: MBU 1110 or EIS 1220. This course provides an in-depth study of intellectual property, the rationale for intellectual property protection, current issues involving intellectual property, international intellectual property issues, and the role of intellectual property in the entertainment industry. The types of intellectual property covered include copyrights, trademarks, trade secrets, and patents. Primary emphasis will be on copyright, the area of intellectual property most relevant to the entertainment industry.

MBU 3620. Marketing of Recorded Music (3). Prerequisites: MBU 1110, MKT 3210 or permission of instructor. A study of the theories and techniques used in the marketing of recorded music by major and independent labels and artists to consumers. Topics include market structure and analysis, distribution methods, promotional strategies, charts, airplay, pricing, research and legal issues specific to entertainment marketing. Gen. Ed. Designation: EL (C – Community Based Research).

MBU 3630. Record Company Operations (3). Prerequisites: MBU 3450, MBU 3520. This course organizes the areas of operations of a record company. Emphasis is placed on areas such as A & R, creative services, promotion, royalty distribution, in-house production, marketing, publicity and other areas in relationship to the independent vs. major label.Gen. Ed. Designation: EL (I – Internships, Clinicals, Practica).

MBU 3720. Public Relations in the Music Industry (3). Prerequisite: MBU 1110. This course deals with press releases, press kits, press parties, artist kits, news for radio and T.V., and other areas which relate to the printed page as public relations support for the artist, company and product.

MBU 3730. Electronic Media in the Music Industry (3). Prerequisite: MBU 1110. This course deals with the integration of electronic media in the music industry. Attention is given to the music video process including scripting, casting, direction, production, budgeting, and promotion. The importance of artistic career development and promotion via television and radio are examined with a focus on preparation and placement.

MBU 3950. Studies Abroad (3-18). Study in a foreign country. Individual course titles and locations are assigned for each course taken. See Studies Abroad program for details.

MBU 4000. Music Business Seminar (0). Required each semester of all full-time or part-time Music Business (CEMB) students. Co-requisite for students enrolled in MBU 3000, Music Business Internship. Seminars are discussion based session with high-profile guest speakers currently active in music and entertainment industries. Session content will vary depending upon guest(s) expertise but generally will engage practical, philosophical, and current issues in music and entertainment industries. Attendance requirements follow university policies and are stated in the course syllabus. Pass/Fail. ($40.00 course fee)MBU 4610. Christianity in the Entertainment Industry (3). This course examines the role and influence of Christianity in the entertainment and music business. Specifically, the course will investigate the Christian impact on morality in entertainment. Topics focus on music, movies, and television in relation to "The Great Commission" and whether or not Christians are engaging the important issues of the day. Students will be asked to discover and understand the Christian culture's primary shapers, their history, and issues.

MBU 4630. Legal Issues in the Entertainment Industry (3). Prerequisites: MBU 1110, MBU 3520. This course provides a comprehensive overview and analysis of advanced legal issues in the music and entertainment industries. Some of the topics covered includethe role of entertainment attorneys, recording contracts, producer and production company contracts, contracts with minors, movie & television industry structure and contracts, right of publicity, merchandising and endorsement agreements, right of privacy, freedom of speech, defamation, indecency, obscenity, and payola.

MBU 4800. Entrepreneurship in the Music Industry (3). Prerequisite: MBU 1110. Entertainment entrepreneurship is based on the process of identifying opportunities in the entertainment marketplace, exploring potential resources to pursue those opportunities, and committing to action the resources necessary to exploit the opportunities for long-term gain.

MBU 4820. Artist Management (3). Prerequisites: MBU 3450, MBU 3520, MGT 3110, or permission of instructor. An analysis of the various aspects of artist management including talent agencies, personal management, performance and recording contracts, tours, and artist promotion.

MBU 4830. Concert Promotion and Booking (3). Prerequisites: MBU 3520 or permission of instructor. A study of the role of the concert promoter and the organization of concert promoting, including contracts, riders, venues, audience projections/demographics, and finance (budgets, corporate sponsorships, gate receipts, etc.).Gen. Ed. Designation: EL (I – Internships, Clinicals, Practica).

MBU 4950. Music Business Exit Examination (0). (Pass/Fail) A requirement for all Music Business graduates during the last semester of work prior to graduation. The examination will cover four core areas: general Music Business knowledge, music publishing, intellectual property, and recording studio principles. Additional questions in the student's chosen emphasis area (Business and Production) are included. A grade of 70 or higher is required for graduation.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Estatísticas de março

Escrevo para agradecer todos aqueles que entraram em contato comigo em função do blog. Muito obrigado!

Aproveito para informar algumas estatísticas de março:

313 visitantes;

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segunda-feira, 31 de março de 2008

Belmont University - Music Business

A Belmont University, de Nashville (Tennessee), oferece um curso de graduação em administração de empresas com foco em “music business”. O curso vincula-se ao “Mike Curb College of Entertainment and Music Business”.

De acordo com o documento que recebi da coordenadora da seleção de alunos, Meredith Valdez, são oferecidas quase 20 disciplinas específicas no programa de negócios com música. Assim que for autorizado, publicarei aqui a relação de discplinas e o resumo de cada uma delas.

Os cursos de negócios com música, oferecidos em instituições de ensino nos EUA e no Reino Unido, são um dos meus focos de interesse atualmente. Parte das minhas percepções e pesquisas sobre esse tema será publicada na Revista Coquetel Molotov número 5 (de modo que apenas poderá ser publicada aqui no blog após o lançamento da revista, previsto para o final do primeiro semestre de 2008). Mas outra parte vou começar a publicar aqui ao longo das próximas semanas.

Conversei com o Dr. Clyde Roston, coordenador dos programas de negócios com música da Curb College. Em breve, mais detalhes sobre o diálogo com Dr. Clyde.

Existem muitos cursos, como o da Belmont, nos EUA. Encontrei recentemente o site da MEIEA (Music & Entertainment Industry Educators Association). Há uma lista dos cursos que estão associados ao MEIEA. Ainda não tive tempo de explorar o site muito profundamente, mas acho que se trata de uma fonte que merece atenção.

Opiniões, cadastro, críticas, idéias...

Não sei se todos que visitam o blog repararam que há uma nova ferramenta ao seu dispor. Trata-se de um campo, localizado na coluna da direita, para que o visitante envie opiniões, críticas, idéias e se cadastre para receber outras notícias no futuro.

Em regra, vou publicar nos posts todas as opiniões, críticas e idéias que eu receber.

Acho que cada visitante pode optar por usar os comentários abaixo de cada post ou pode usar essa ferramenta presente na coluna da direita do blog.

Recebi um comentário de Michel Nicolau, responsável pelas Relações Institucionais da BMA, na última sexta-feira, dia 28. O inteiro teor do comentário é:

"Queria deixar uma mensagem sobre o post do dia 13 de março. Especificamente trato do ponto levantado pelo Bruno sobre quem deve receber incentivo. Entanto que esta proposta não pode ser totalizante, representando todas as ações de exportação. Um projeto de exportação não se faz apenas olhando o topo, mas também a base. Se é verdade que os artistas que devem receber apoio são aqueles que têm potencial de exportação, também é verdade que devemos trabalhar na preparação daqueles que ainda não estão neste ní­vel, mas que podem chegar lá. Então, um plano de exportação deve ser entendido como estratégia unificada, mas que atue em vários níveis, com ações especí­ficas para cada ní­vel".

Concordo com o comentário de Michel. Vou tentar, em breve, escrever um texto que retome de modo mais aprofundado as idéias do post de 13 de março, debatendo também as idéias de Michel presentes no comentário acima.

Agradeço ao Michel pelo comentário.

PS: há dois comentários sobre o post do dia 24.02.08 ("James Lima, Petrobras e o papel do Estado"). Um dos comentários é do próprio James Lima. Como esse post não está mais na primeira página do blog, deixo aqui o recado sobre os novos comentários. Agredeço os comentários recebidos.

quarta-feira, 26 de março de 2008

As diretrizes gerais do Plano Nacional de Cultura

Está disponível na página eletrônica do Ministério da Cultura a primeira edição do “Plano Nacional de Cultura – Diretrizes Gerais”.

O próprio título do documento indica que se trata de um conteúdo não focado. Em outras palavras, um texto mais principiológico do que indicador de políticas concretas. Isso não necessariamente é um problema.

Vou comentar alguns trechos do documento que abordam ou permitem conexões com a música sob o ponto de vista econômico. O documento contempla vários outros assuntos, no entanto, o ponto de vista indicado acima é o que me interessa no momento. Está clara, em minha opinião, a posição do Ministério da Cultura em incentivar a economia da cultura como um dos pilares de sua política atual (ainda não terminei a leitura das diretrizes gerais, faltam algumas páginas que integram a última parte do texto. Trata-se de um texto extenso, de 88 páginas. Em breve termino a leitura e, se tiver outras opiniões, escrevo mais um pouco sobre o assunto).

Em primeiro lugar, está escrito que “a implementação do Plano Nacional de Cultura apoiará de forma qualitativa o crescimento econômico brasileiro”.

Na página 30, está indicado um desafio para as políticas culturais, que transcrevo agora: “proporcionar a capacitação e a profissionalização dos trabalhadores culturais como política estratégica para as linguagens e experiência estética”. Mais concretamente, é dito que “os artistas e técnicos da produção cultural necessitam permanentemente de recursos para sua especialização e atualização”. Afirma-se que é preciso criar novas estruturas para articular uma ampla política de oferta de ensino técnico e cursos universitários.

Na página 34, outro desafio é colocado: tornar a música popular brasileira um elemento dinamizador da cidadania e da economia.

A primeira pergunta que decorre de tal leitura é: o que é música popular brasileira?

O texto afirma que o Brasil tem uma música diversificada em dezenas de gêneros e públicos e que se relacionam de maneiras distintas com diversos segmentos da população. Minha interpretação é que música popular brasileira, para o ministério, engloba todos os gêneros e estilos.

O texto se posiciona no sentido de que há “fortes desequilíbrios na economia da música brasileira, expressa na sua dependência de gravadoras e distribuidoras estrangeiras atuantes no Brasil, que não possuem o compromisso com a ampliação e a diversificação de repertórios”.

Afirma que os preços dos CDs, DVDs e ingressos para espetáculos são altos para boa parte da população, o que favorece o crescimento da informalidade. O documento afirma que são necessárias políticas transparentes de financiamento, fiscalização e difusão, que há uma oferta de formação profissional mal distribuída no território e que a indústria fonográfica opera de modo desregulado. Afirma que essa economia promove parcela dos artistas, mas exclui diversas manifestações musicais tradicionais e inovadoras, devido ao seu exclusivo enfoque comercial.

Essa é uma opinião recorrente a respeito das grandes gravadoras. No entanto, não entendi porque o tema dos novos modos de consumo e distribuição de música gravada não foi abordado nesse trecho.

“As gravadoras e selos brasileiros independentes têm se fortalecido progressivamente, articulando-se em feiras de negócios nacionais e internacionais, mas suas estruturas ainda não contemplam toda a variedade da música brasileira. O Estado necessita, portanto, qualificar e ampliar as estruturas de formação musical, por meio de programas de arte-educação articulados com o poder público em seus vários âmbitos. É necessário fortalecer o circuito de festivais de música e suas articulações com as universidades, gravadoras independentes e rádios públicas e comunitárias. Cabe ao Estado desenvolver políticas para o setor a fim de evitar a segregação dos vários atores da cadeia produtiva, como compositores, músicos e pequenas empresas, de maneira a evitar a concentração regional e empresarial. É necessário, ainda, fortalecer a regulação da gestão coletiva dos seus direitos autorais e promover a transparência por meio da supervisão das entidades arrecadadoras privadas”.

Esse trecho indica que:

- o ministério está ciente dos debates que envolvem a atuação e organização interna do ECAD;
- a recente associação de parte dos festivais brasileiros, que culminou na criação da Abrafin, vai ao encontro da atual política do ministério;
- integra a política do governo federal a necessidade multiplicação dos negócios com música no Brasil (selos independentes, festivais, pequenas empresas). Para isso, é necessário produzir conhecimento sobre o assunto e disseminá-lo.

Na página 44, no item denominado políticas gerais, encontra-se o seguinte tópico “ampliar o uso dos meios digitais de expressão e acesso à cultura e ao conhecimento”, “equilibrar o respeito aos direitos autorais e a ampliação do acesso à cultura” e “qualificar a presença cultura brasileira no exterior”.

Nesse último tópico, é dito “A política internacional deve favorecer a presença mais ampla possível da diversidade nacional, buscando articular as excelências de sua produção cultural com as oportunidades de difusão e inserção comercial” e isso deve se dar de modo a beneficiar as empresas culturais brasileiras.

“O eixo de suas estratégias deve estar voltado ao fortalecimento dos setores produtivos nacionais e à efetiva participação do país nos fluxos globais de intercâmbio de valores simbólicos”.

São alguns nortes que podem ser utilizados para avaliar a atuação da APEX/BMA em relação às exportações de música brasileira.

O documento é importante porque permite entender as prioridades do ministério e compará-las com as políticas efetivamente em vigor e que entrarão em vigor em breve.

Se eu fosse resumir minhas percepções sobre o documento, eu diria que há um ambiente político favorável para as seguintes atividades:

- cursos de graduação em negócios com música;
- centros de pesquisa sobre o mercado interno e externo para a música brasileira;
- mais debates, produção e disseminação de conhecimentos sobre negócios com música no Brasil.

terça-feira, 25 de março de 2008

John Telfer - Musical Notes (1)

Gostaria de agradecer ao Bruno e ao Eduardo pela oportunidade e incentivo para escrever algumas idéias sobre editoras musicais e negócios da música em geral. Vou tentar me fazer compreensível para os não iniciados, mas, ao mesmo tempo, vou transmitir algumas idéias que também serão interessantes para aqueles já familiarizados com os conceitos.

O primeiro tópico é “direitos mecânicos”.

Trata-se do direito autoral derivado da música composta pelo autor. Esse direito não se confunde com o decorrente das gravações (master), que pertence ao artista que realizou a gravação ou pertence à gravadora no caso desta ter assumido os custos da gravação. Os direitos mecânicos deveriam ser pagos quando um cd, cassete, vinil, dvd, ringtone etc. é vendido.

A editora, por meio de contrato (que ela mesma escreveu ou copiou de outra editora), emite uma autorização para um artista ou gravadora/selo que garante o direito de usar tal composição em uma gravação. A autorização contém o nome do artista, da gravadora, número de catálogo, do disco e os nomes das empresas envolvidas no acordo, assim como os detalhes da composição, tais como os nomes dos autores e da editora. A tarifa a ser paga por cada composição também é mencionada. A tarifa para o disco inteiro é atualmente 9,17% do total de discos vendidos multiplicado pelo preço do disco. Tal valor é dividido pelo número de faixas em cada disco de modo que é possível estabelecer um valor para cada faixa, individualmente. Entretanto, as multinacionais não aceitam pagar tal porcentagem e há casos na justiça atualmente a respeito desses 9,17%. As multinacionais não vão pagar os 9,17% até que os casos tenham se encerrados.

As gravadoras/selos devem enviar relatórios às editoras detalhando todos os usos e vendas de cada música, assim como os pagamentos referentes aos direitos mecânicos, quatro vezes ao ano. À editora cabe monitorar tais relatórios e se assegurar de que todas as músicas e usos estão sendo contabilizados.

Algumas das grandes editoras (que não por acaso são de propriedade das mesmas corporações que controlam as multinacionais: BMG/Sony, EMI, Universal e Warner) pedem grandes adiantamentos quando os selos independentes desejam gravar ou lançar alguma composição controlada por elas. Esse adiantamento seria recuperado em função dos direitos mecânicos futuros.

Tal prática tem seus efeitos.

O selo pode decidir não usar a música que inicialmente planejava usar. O resultado é a música não chegar ao público por meio do selo e os compositores de tais músicas não irão receber nada. Algumas vezes, tal música é a música-chave do repertório de certo artista.

O lançamento do disco acaba atrasando enquanto o selo tenta negociar com a editora ou pedir que seu artista grave outra música. Isso pode significar que o disco não será lançado em tempo de acompanhar outras atividades tais como turnês e marketing.

O fato de algumas corporações serem donas de grandes gravadoras e editoras tem alguma influência no fato de se pedirem adiantamentos para os selos independentes?

Nós não pedimos adiantamentos aos independentes (mesmo se pudéssemos pedir!!). Nós apenas pedimos os pagamentos e relatórios quando os discos são vendidos. Acredito em encorajar os selos e artistas independentes.

Nos últimos três anos, desde que Basement Brazil começou a atuar, apenas 4 selos não pagaram direitos mecânicos devidos à Basement. São eles SUM, Ouver, Hellion e ST2. SUM e Ouver não mais existem. Não há desculpas para os selos não pagarem direitos mecânicos às editoras e/ou aos compositores, a não ser que os selos estejam enfrentando dificuldades financeiras. Além disso, músicas e compositores são os alicerces em relação aos quais os negócios de música se desenvolvem.

É isso para esse mês. Mais em breve.

John Telfer, 19 de março de 2008.

john@basementbrazil.net

http://www.basementbrazil.net/

segunda-feira, 24 de março de 2008

SXSW 2008 (9) - O saldo para os brasileiros

Para concluir a série de entrevistas com os artistas brasileiros que foram ao SXSW 2008, vou entrar em contato com o maior número possível de artistas que passaram por lá e pedir para que eles descrevam como foram suas experiências.

O foco aqui seria tentar obter mais detalhes sobre o impacto positivo derivado do esforço de investir tempo e dinheiro para ir ao SXSW.

Como foram os contatos realizados no SXSW? Foi possível desenvolver oportunidades concretas de negócios (mesmo para os artistas que não tinham tal expectativa)? Você repetirá a experiência em 2009? São algumas das questões que me parecem relevantes.

As respostas serão publicadas aqui na medida em que forem sendo recebidas.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Mercado digital - lojas

A ABPD está para divulgar pela primeira vez algumas estatísticas sobre o mercado de música digital no Brasil. O relatório sobre o ano de 2007 deve ser publicado ainda em março.

Pareceu oportuno, então, conversar com alguns agentes desse mercado.

Entrei em contato com as principais lojas de downloads oficiais existentes no Brasil: Sonora (Terra), imusica, MusiG e UOL Megastore.

As perguntas enviadas estão abaixo. Assim que as respostas forem recebidas, serão publicadas neste espaço.

1 – Desde quando a loja existe?

2 – Qual o crescimento que a loja apresentou em 2006? E em 2007? Gostaria de obter as respostas tanto no quesito número de downloads vendidos quanto no quesito receita gerada com a venda de downloads. Se ficar confortável em divulgar os números absolutos, eu gostaria de ter acesso aos mesmos.

3 – Qual o perfil do comprador da loja? Como a existência de apenas um perfil é questionável, o que tornaria a pergunta genérica demais, indique o perfil dos compradores que representam a maior porcentagem de seus clientes.

4 – Qual a atual situação do mercado digital no qual sua empresa se insere e quais as perspectivas para o futuro?

5 – A ABPD divulgou (notícia mais recente do site) que as receitas com música digital no Brasil aumentaram 185% em 2007, sendo que as receitas obtidas por meio da telefonia celular cresceram 157% (representando 76% do total do mercado digital). Segundo a ABPD, licenciamentos e vendas na Internet, em 2007, representaram 24% do mercado digital. Desses 24%, quantos por cento são provenientes de sua empresa? Em outras palavras, qual o fatia de mercado de sua empresa?

6 – Qual o estilo musical mais é vendido na loja?

7 – Você considera que a qualidade dos arquivos digitais poderá futuramente agregar valor à atividade econômica de venda de faixas em suporte digital? Ou a experiência atual do consumidor de música em formato digital já está consolidada e não levará em consideração a qualidade técnica do fonograma que escuta?

8 – Quais os planos para 2008? Mencione os principais obstáculos e metas da empresa.

9 – O DRM é um obstáculo a ser superado?

segunda-feira, 17 de março de 2008

O papel das feiras de música

Não posso dizer que sou um grande freqüentador de feiras de música. Devo ter participado de quatro eventos. No entanto, já conversei com pessoas que participam freqüentemente de conferências sobre o mercado de música, quer no Brasil, quer no exterior.

Nos últimos anos, os festivais brasileiros passaram a também organizar conferências sobre o mercado de música, em paralelo às apresentações de artistas e bandas, foco de tais eventos. Além disso, há as feiras em que as apresentações ao vivo são acessórias em relação às conferências, seminários ou painéis.

Mas há um ponto em comum nos vários eventos existentes: não há efetiva produção e divulgação de conhecimento sobre o mercado de música.

Pessoas são convidadas para participarem de mesas de debates, não necessariamente se informam sobre o foco do debate (os temas normalmente são genéricos o bastante a ponto de inviabilizarem até mesmo especulações sobre o foco de certa mesa de debates), não há diálogo prévio com a coordenação do evento ou com o moderador do debate, não há informações sobre o perfil das pessoas que assistirão ao evento, não há compromisso por parte dos debatedores em enviar textos prévios relacionados ao tema a ser debatido (tais textos poderiam ser publicados no site do evento e, desse modo, o tempo do debate efetivo poderia ser potencializado) etc..

Em resumo: os debates são soltos, desfocados, cada participante fala o que quer, a moderação é figurativa, não há efetivo diálogo, não há compromisso com conclusões (por mínimas que sejam) e não há difusão da informação que circulou para além da sala que abrigou o debate e dos presentes no evento.

Seria muito produtivo que cada vez mais as feiras de música no Brasil tentassem melhorar o modo como se organizam. Não ignoro o fato de que as feiras são locais para se fazer contatos, iniciar diálogos ou concretizar negócios. Mas, diante da inexistência de literatura sobre o mercado de música no Brasil, as feiras de música deveriam assumir o compromisso de efetivamente coordenar e difundir opiniões e conhecimentos sobre o mercado. Aproveitar que tanto tempo e dinheiro foi gasto para reunir pessoas em um mesmo lugar para, então, tentar extrair o máximo de tais encontros.

Um evento interessante foi realizado pela Chappa, do Rio de Janeiro. Eles publicaram entrevistas com os debatedores antes que o evento tivesse início e publicaram matérias em seu site relatando como foram os diferentes debates que promoveram.

quinta-feira, 13 de março de 2008

O papel do Estado (4)

Exportações e APEX/BMA

Não, desenvolver uma estratégia de exportação da música brasileira não é uma tarefa fácil. A BMA (Brasil, Música e Artes), por exemplo, está atualmente em seu segundo convênio com a APEX e os resultados obtidos precisam ser debatidos para que o que foi feito seja compreendido, os pontos positivos sejam consolidados e os negativos, alterados.

O ponto que considero essencial é: a maioria dos recursos estatais destinados à exportação de música brasileira deveria ser distribuída entre artistas que tenham potencial (a ser definido do modo mais objetivo e institucional possível) de gerar receitas que serão internalizadas entre os agentes econômicos da indústria da música no Brasil. Isso seria um norte para o destaque de critérios e objetivos para uma política pública relacionada à exportação de música.

Quando a BMA promove uma ação no exterior, será que ela leva em conta a questão do valor estético da música a ser exportada ou apenas a relação entre uso do dinheiro público e valor que retornou ao Brasil por meio de exportações? Há um estudo prévio e independente sobre que artistas brasileiros produzirão melhores resultados econômicos no exterior ou há apenas opiniões de agentes econômicos locais interessados em expor seus artistas em outros mercados para ver se algum negócio virá de tal exposição?

A APEX/BMA e qualquer outra instituição brasileira que se encarregue de tal tarefa deveria conter as seguintes características:

- ser radicalmente transparente (como no debate sobre as agências reguladoras, tal órgão não poderá ser capturado por interesses dos agentes econômicos que tentam contribuir para que as metas da política pública sejam alcançadas);

- grau máximo de institucionalização (as regras sobre os programas de incentivo devem estar acessíveis a todos que se sintam aptos a participar. A estipulação de tais regras deve ser precedida de debate prévio e plural);

- corpo técnico autônomo (deve publicar e divulgar um plano para o ano seguinte, com metas e formas objetivas de verificar se tais metas serão alcançadas);

- a cultura do artista que "pede" auxílio deve ser extinta (o artista, como qualquer cidadão, não deve pedir nada ao Estado ou a quem quer que seja que gerencie recursos públicos. Ele concorre aos auxílios que são direitos de todos aqueles que preencham os critérios objetivos estipulados para que tal auxílio seja concedido).

segunda-feira, 10 de março de 2008

John Telfer - Musical Notes

Há algumas semanas, eu perguntei a John Telfer se ele gostaria de escrever uma coluna aqui no blog. Uma das idéias centrais deste espaço, já expressada anteriormente, seria pedir contribuições para pessoas que estão atuando no mercado e que não escrevem sistematicamente sobre o mercado de música no Brasil.

John é inglês e vive em São Paulo há alguns anos. Começou a desenvolver negócios com música muitos anos atrás, quando percebeu que “conseguiria ganhar dinheiro fazendo algo que realmente gostava – escutar música”.

Ele já atuou nas mais diferentes áreas do negócio. Apenas para dar alguns exemplos:

- foi empresário de Joe Jackson, Television, Tom Verlaine, Everything But The Girl dentre outros;

- foi diretor internacional da Rykodisc, onde licenciou e organizou a distribuição do catálogo da gravadora ao redor do mundo, coordenando marketing e turnês de muitos artistas;

- como agente e tour manager, organizou turnês mundiais de vários artistas.

Sua empresa, a Basement Music, foi criada em Londres mais de 30 anos atrás e continua atuando de modo sólido. A Basement Brazil foi criada há 3 anos e obteve grande sucesso empresarial. Ela representa vários catálogos internacionais no Brasil (por exemplo, Bucks, Clippers/Chrysalis, Just Isn´t Music). Também é a editora de um crescente número de compositores brasileiros, como Benjamim Taubkin, Miguel Barella e Sérgio Ugeda (para mais informações: www.basementbrazil.net).

Provavelmente, irei traduzir os textos do John, mas isso não está pacificado (talvez, tudo seja publicado em inglês mesmo).

Falei para John que ele deveria escrever sobre o que quisesse. Experiências do passado, notícias recentes sobre mercado de música, como vê o mercado hoje em dia, problemas que impedem o desenvolvimento do mercado brasileiro e o mercado das editoras, onde está mais presente atualmente.

Agora, basta aguardarmos seus textos.

Agradeço ao John pelo seu tempo e disposição.

O papel do Estado (3)

Lei geral de incentivo à música brasileira

O artigo 23 da Constituição Federal, inciso V, estabelece que é de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios “proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência”.

O parágrafo único do mesmo artigo indica que leis complementares fixarão normas de cooperação entre os entes da federação.

Já o artigo 24, inciso IX, afirma que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre cultura.

E o parágrafo 1º estabelece que, no âmbito da legislação concorrente, a tratada no artigo 24, a competência da União se limitará a estabelecer normas gerais.

O parágrafo 3º afirma que inexistindo a lei federal que fixe as normas gerais, cada Estado legislará plenamente, ou seja, como bem entender (prometo que vou tentar parar de citar normas jurídicas).

Percebe-se, então, que a Constituição Federal permite que uma lei federal, editada pelo Congresso Nacional, contendo normas gerais de incentivo à música seja criada. A Constituição, por meio dos textos mencionados acima, incentiva a existência de uma coordenação entre os entes da federação no que diz respeito à infra-estrutura normativa sobre a cultura, logo, sobre música.

Como se isso não bastasse, uma Emenda Constitucional (número 48, de 10 de agosto de 2005) acrescentou ao artigo 215 da Constituição Federal o Plano Nacional de Cultura, a ser editado por lei, com duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à:

- defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
- produção, promoção e difusão de bens culturais;
- formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;
- democratização do acesso aos bens de cultura;
- valorização da diversidade étnica e regional.

O foco desse texto, o mercado para a música brasileira, vai ao encontro do segundo e terceiro itens transcritos acima: produção, promoção e difusão de bens culturais e formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões.

Em outras palavras: o Congresso Nacional, em 2005, detectou a esquizofrenia mencionada nos textos anteriores sobre o papel do Estado (dias 28.02.08 e 03.03.08) e a necessidade de uma melhor integração entre as ações do poder público, acrescentando o Plano Nacional de Cultura à Constituição.

A partir de 10 de agosto de 2005, tornou-se um dever da União e do Congresso Nacional instituir tal plano.

Confesso que não conheço tal lei. Arrisco dizer que ela não existe. Se alguém souber de sua existência, por favor, indique o número da lei.

Se a Constituição permite a racionalização das ações estatais de incentivo à música, mesmo antes da emenda constitucional número 48, falta apenas vontade política para que uma lei geral sobre incentivo à música seja editada (tais normas poderiam ser editas em lei federal específica, de acordo com o que dispõem os artigos 23 e 24, ou no bojo do Plano Nacional de Cultura).

No site do Ministério da Cultura, o ícone sobre o Plano Nacional de Cultura não contém informações sobre o mesmo. Apenas foi possível encontrar o Decreto n. 5.520, de 24 de agosto de 2005, que institui o Sistema Federal de Cultura (SFC). Tal sistema, entre outras atribuições, deve estabelecer e efetivar o Plano Nacional de Cultura. Na página eletrônica do Ministério, há indicações de que estão sendo feitas reuniões com estados, municípios e sociedade civil para que, dessas reuniões e debates, seja editado um plano consensual sobre a cultura. É um bom sinal.

Observação: esse texto foi escrito antes da recente reforma no site do Ministério da Cultura. Assim que possível, as novas informações disponíveis no site do Ministério sobre o Plano Nacional de Cultura serão comentadas no blog.

terça-feira, 4 de março de 2008

Canadian Music Week 2008

Em 2007, com o apoio do Consulado Geral do Canadá em São Paulo, foi formada uma delegação de brasileiros que participou do Canadian Music Week (CMW), tendo realizado um painel sobre o mercado de música no Brasil e as oportunidades para artistas e bandas canadenses.

Dando continuidade à iniciativa, a organização do CMW 2008 convidou novamente um grupo de brasileiros para participar do evento. E, com o objetivo de ampliar os interlocutores, também convidou pessoas da Argentina e do Chile. Nos dias 6 e 7 de março, em Toronto, dentre as atividades do CMW 2008, haverá dois painéis sobre o mercado de música na América Latina.

Eu fui um dos integrantes da delegação brasileira de 2007 e fui convidado para o CMW 2008. Em função disso, provavelmente não vou publicar textos neste espaço nos próximos dias. Mas volto logo.

Até a volta.

segunda-feira, 3 de março de 2008

O papel do Estado (2)

Em função das respostas obtidas junto aos artistas brasileiros que foram convidados para o SXSW 2008, percebe-se que eles tentaram obter apoio de programas municipais, estaduais e federais. Eles devem ter tentado utilizar programas com focos diferentes: exposição da cultura brasileira lá fora e exportação de música brasileira (a princípio, esses dois focos podem parecer idênticos e coincidentes, mas não são).

São compreensíveis os dois interesses públicos. Pode haver uma lei que incentive manifestações tipicamente brasileiras no exterior, com a finalidade de expor a diversidade cultural brasileira em outros países. Diante disso, o apoio será concedido independentemente da estética em questão gerar recursos para o país por meio de exportações. Por outro lado, pode haver um programa que incentive a concretização de negócios no exterior. Nesse cenário, não deveria ser um fator relevante para a análise dos candidatos ao programa o valor estético da música que criam: apenas seria importante saber se o apoio que será concedido produzirá as conseqüências econômicas esperadas.

A minha hipótese é a seguinte: os diferentes programas, leis e editais existentes no Brasil contribuem para uma relação esquizofrênica entre Estado, artistas e empresas.

Em primeiro lugar: os programas não deveriam misturar finalidades. Não contribui em nada misturar objetivos potencialmente conflitantes em uma mesma política pública. Seria melhor dividir os recursos existentes de acordo com objetivos claros, previamente traçados em lei e com dotações orçamentárias próprias.

Uma pesquisa importante para iluminar esse debate seria a seguinte: um mapeamento de todas às leis de incentivo à música em vigor no Brasil. Desse modo, seria possível investigar o quanto de dinheiro público está sendo gasto, quais são os objetivos, quais os métodos empregados para avaliar se os objetivos estão sendo alcançados e quais os critérios para a seleção de projetos.