quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

CAPIF

Não são raras as vezes em que conhecemos mais sobre uma realidade distante do que sobre a realidade de nossos vizinhos.

Tentando alterar um pouco esse panorama, busquei dados sobre o mercado fonográfico da Argentina. Descobri a Cámara Argentina de Productores de Fonogramas y Videogramas, a CAPIF. Trata-se de instituição similar à ABPD.

Em 2007, segundo o relatório anual da CAPIF, o mercado físico de música na Argentina cresceu 5% em relação às unidades e 6,3% em relação aos valores arrecadados. As vendas digitais (Internet e telefonia móvel) cresceram 294% (em unidades). Em valores, o mercado como um todo cresceu 9,6%. Trata-se de um cenário que bastante me surpreendeu.

Em função disso, entrei em contato com Cecilia Sívori, assessora de imprensa da instituição, e enviei algumas questões para o diretor executivo, Javier Delupí. Assim que as respostas às perguntas abaixo forem enviadas, serão publicadas nesse espaço.

1 – Qual o montante total gerado por esse mercado?

2 – Se compararmos esses números com os números do mercado físico brasileiro em 2006 e com alguns números já divulgados do mercado digital brasileiro em 2007 (dados que estão disponíveis até o momento), prepondera a percepção de que o mercado argentino é mais sadio que o brasileiro. Você concorda com essa percepção? Gostaria de saber sua opinião sobre as razões desse substancial crescimento do mercado argentino no momento em que a indústria fonográfica está em crise em diversos países.

3 – Reparei que a CAPIF se preocupa com as questões éticas entre seus associados. Há muito desrespeito às normas éticas por parte dos associados da CAPIF? A CAPIF aplica muitas sanções aos seus integrantes?

4 – Ao se analisar o site da CAPIF, percebe-se que a questão da pirataria é apenas uma das questões em relação às quais a CAPIF se dedica. Logicamente que é uma questão preocupante e importante. Você poderia ilustrar, por meio de porcentagens, quanto dos recursos financeiros e humanos da CAPIF é direcionado ao combate da pirataria? Quais os demais projetos prioritários para a CAPIF?

5 – Achei interessante três atividades desenvolvidas pela CAPIF: “CAPIF nas escolas”, “Guia de práticas recomendadas em matéria de propriedade intelectual e segurança na rede” e “Jovens, música & Internet”. Li as informações no site da CAPIF, mas gostaria de lhe perguntar:

a) Como essas atividades ocorrem na prática?

b) Qual a quantidade de pessoas que cada uma dessas atividades já alcançou?

c) Como você avalia a eficácia de tais programas?

d) Há um dado objetivo que demonstre a eficácia de tais programas em relação às concepções ou condutas dos jovens, empresas e organizações?

6 – A CAPIF desempenha papel similar ao desempenhado pela ABPD no Brasil. Mas uma diferença é evidente entre as duas instituições: enquanto a ABPD congrega as multinacionais e mais 4 outras empresas, a CAPIF congrega as multinacionais e mais 29 outras empresas. Levando em considerações esses dados, qual ambiente você considera mais produtivo para se pensar os desafios da indústria fonográfica: um ambiente mais plural ou menos plural?

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